África do Sul volta a desiludir…Madagáscar e Zimbabwe nas meias-finais

A selecção nacional de futebol de Madagáscar carimbou hoje o passaporte que lhe confere a passagem para as meias-finais, ao vencer no desempate das grandes penalidades, a sua congénere da África do Sul por 3-4, depois de o jogo ter terminado sem golos no tempo regulamentar.

Assim sendo, os malgaxes defrontam, nesta quarta-feira a Zâmbia, que venceu ontem a Namíbia por 4-3, no desempate de grandes penalidades.  Já o Zimbabwe que também venceu o Botswana na lotaria das grandes penalidades por 3-1, depois de ter empatando  a uma bola nos 90 minutos, medirá forças com o Lesotho, no New Peter Mokaba, pelas 19.30 horas.

Este foi o segundo confronto entre as duas equipas na Taça COSAFA, a primeira a realizar-se em 2002 tendo terminado em nuo . A África do Sul acabou vencendo  no desempate das grandes penalidades, por 4-1.

Paralelamente a COSAFA, as equipas encontraram-se em cinco ocasiões anteriores em partidas oficiais, tendo a África do Sul conquistado quatro vitórias e o empate a zero na COSAFA.

O último encontro entre as equipas foi em 2009, quando Katlego Mphela marcou o golo da vitória (1-0) para a África do Sul em Kimberley.

As maiores vitórias uma vez alcançadas pela África na COSAFA datam do ano 2000, quando os “Bafana Bafana” venceram as Maurícias por 3-0, tendo no ano seguinte suplantado Moçambique por 3-0. E, pelo mesmo resultado esta equipa venceu as Seychelles no dia 26 de Janeiro de2005. Foi com a Suazilândia que a África do Sul conseguiu um resultado expressivo ao vencer por 4-1, em Agosto de 2002.

Ainda na COSAFA os sul-africanos registaram a sua pior derrota frente as Maurícias no dia 10 de Janeiro de 2004. No cômputo geral a formação da nação arco-íris contabiliza um total de 40 jogos na COSAFA, tendo conseguido 21 vitórias, 12 empates, sete derrotas, sofrido 24 golos e marcado 53 golos.

Por suas vez, a selecção malgaxe conseguiu por duas ocasiões chegar as meias-finais do torneio regional da COSAFA, a primeira em 2008 e novamente em 2015. Em ambas as ocasiões, o torneio teve lugar na África do Sul. O Seu melhor resultado foi ter ocupado o terceiro lugar depois de terem conquistado uma medalha de bronze há três anos.

Este ano a equipa insular jogou cinco vezes conseguindo conquistar duas vitórias e dois empates e uma derrota, para o Kosovo em partida de carácter amistoso havida em Março.

Recorde-se que Madagáscar liderou o Grupo “A” , na fase de grupos até chegar aos  quartos-de-final, na sua trajectória os ilhéus estrearam com vitórias  diante das selecções de  Moçambique (2-1) e das Comores (1-0), mas foram surpreendidos por um empate diante  dos seus vizinhos das Seychelles (1-1). Eles terminaram um único ponto à frente de Moçambique.

“Tsunami” Madagáscar arrasa África do Sul

Estava mais do que claro que a pressão do jogo recaía para o lado dos sul-africanos, por razões óbvias. A primeira de todas passava por superar o “trauma” vivido no ano passado em que foi obrigada a contentar-se com a quinta posição . A segunda porque jogando em casa e, com o advento de poder contar com o apoio do seu público, a transição para as meias-finais era mais do que um imperativo, mas sim uma questão de honra.

Todos os olhos da nação arco-íris estavam postos neste desafio, daí que os filhos de Madiba estavam proibidos de entregar o ouro ao bandido. Debalde, a África do Sul não teve argumentos para contrariar o favoritismo dos insulares dentro das quatro linhas.

Na edição passada a Tanzania protagonizou um acto histórico na COSAFA CUP ao afastar, nos quartos-de-final, o até então detentor do título, África do Sul, por 1-0, na corrida para a conquista do almejado troféu. O herói deste feito foi o atacante Elias Maguri que marcou o golo solitário a passagem do minuto 18.

À  semelhança do ano passado, os “Bafana Bafana” voltarão a desiludir o seu público ao não conseguir vencer em seu reduto permitindo que os forasteiros fizessem a festa  a seu belo prazer. Uma derrota quanto a nós consentida, a avaliar pelas oportunidades golo que não foram sabiamente aproveitadas.

Este cenário reedita o jogo de má memória vivido em 2015, quando a anfitriã África do Sul, quatro vezes campeã (2003, 2007, 2008 e 2016), também viu o sonho de igualar as selecções com quatro títulos ganhos, ao vergar perante o ímpeto do Botswana, nos quartos-de-final, que com 0-0 no tempo regulamentar saiu-se bem na sempre difícil lotaria das grandes penalidades, vencendo por 7-6.Mas vamos a história do jogo!

Estava difícil para a equipa anfitriã chegar ao golo, pois pela frente encontrou um adversário que veio com a lição bem estudada. Os treinados de Stuart Baxter, técnico da África do Sul tiveram que ser pacientes e astutos na longa procura pelo golo. A passagem do minuto 19,Luther Singh, atacante a serviço do Sporting Braga de Portugal deixa passar de lado uma diamantina oportunidade de inaugurar o marcador ao não converter em golo a b

A equipa insular para além de ser rápida nas transições defesa-ataque fechava por completo as linhas de passe, anulando por completo qualquer tentativa de invasão a zona nevrálgica. E para não variar, volvidos 35 minutos Lebohang Maboe, médio ofensivo a evoluir no Maritzburg City da África do Sul falhou cara-a-cara diante do guarda-redes de Madagáscar que teve bons reflexos e defendeu.

Mesmo com o aparente domínio do jogo do lado dos “Bafana Bafana”, o festival de falhanços não parou, no minuto 40, Luther Singh, de novo volta a atrapalhar-se e a desperdiçar mais uma ocasião flagrante de marcar e de colocar a sua equipa em vantagem.

A equipa sul-africana terminou a primeira parte acusando sérios problemas na finalização que infelizmente não foram sabiamente aproveitados pelos contrários dada a atenção de Reyaad Pieterse, guarda-redes da África do Sul.

No reatamento os “Barea”, nome de guerra de Madagáscar entraram transfigurados e atirados para o ataque, facto que obrigou com que a África do Sul jogasse no reduto mais recuado. O primeiro sinal de perigo criado pela equipa treinada por Franklin Andriamanarivo, treinador malgaxe aconteceu no minuto 49, mais uma vez mais Reyaad Pieterse disse não ao negar o golo de Jaotombo Bourahim, este que conta com dois golos na sua conta pessoal.

Mesmo com os remates a longa distância, a África do Sul não conseguia chegar ao golo.  A última situação digna de registo foi protagonizado por Aubrey Modibaque fez estremecer a baliza ao desferir um portentoso remate que foi beijar o vértice da barra transversal. a medida que o tempo passava ficava claro que o jogo seria decidido no desempate através da lotaria das grandes penalidades. 

ZIMBABWE INICIA A DEFESA DO TÍTULO

Embora o favoritismo fosse atribuído aos detentores do título, Zimbabwe, a selecção do Botswana ofereceu resistência a todos os níveis deixando claro que o respeito entre as potências deve ser mútuo.

Ainda assim, os “Wariors”, nome de guerra do Zimbabwe não deixaram os seus créditos em mãos alheias adiantando-se no marcador quando o marcador electrónico marcava 38 minutos jogados. Evans Rusike, atacante a serviço do Supersport United não hesitou fazendo como mandam as regras apontando o primeiro golo para a sua equipa.

Foi um jogo bastante disputado sobretudo na zona do meio campo. O experiente técnico Sunday Chidzambwa, do Zimbabwe não se abdicou do seu 4x4x2 apostando na linha o de ataque a letalidade de Evans e Amidu.

As “Zebras” que ainda vinham animadas com a vitória estrondosa tida diante das Seychelles (6-0), estragaram a festa dos guerreiros de Gaza no minuto 60, quando o inevitável Onkabetse Makgantai, que agora conta com quatro golos, igualando ao moçambicano Luís Miquissone saltou alto cabeceando para o golo. Um golo em que o guarda-redes e os defesas foram displicentes.

Perante a incredibilidade no resultado por parte dos zimbabueanos, as duas equipas tiveram que recorrer a macacão das grandes penalidades.

Nas duas ocasiões em que o Zimbabwe enfrentou o Botswana, o favoritismo recai para os zimbabueanos que venceram os dois confrontos com saldo positivo de três golos, pelo menos, no que a COSAFA diz respeito. A maior vitória imposta as “Zebras”, nome de guerra do Botswana foi de 7-0 em Agosto de 1990, numa partida de carácter particular.

A Selecção do Zimbabwe conquistou o seu quinto título na 17ª edição da Taça COSAFA CUP, ao vencer a sua similar da Zâmbia por 3-1, com golos a serem marcados por Knox Mutizw,Talent Chawapiwa, Ocean Mushure nos minutos 22, 55 e 67 respectivamente. O golo de honra do lado da Zâmbia foi apontado por Lubinda Mundia, aos 38 minutos.

No rescaldo das 17 edições até aqui realizadas, Zâmbia e África do Sul são as selecções que já ganharam a competição mais vezes (4), seguidos por Angola com três conquistas.

Recordar que as duas equipas estiveram isentas da fase de grupos. 

ÁFRICA DO SUL,NAMÍBIA E SUAZILÂNDIA DISPUTAM A

ATRIBUIÇÃO QUE QUINTO E SEXTO LUGARES

Depois de um dia de descanso, a Taça COSAFA voltará à ribalta esta terça-feira, com dois jogos envolvendo favoritos que o destino quis que fossem eliminados da rota da conquista do título logo nos seus primeiros jogos, a contar para os quartos-de-final da prova, favoritos esses que incluem o Botswana e a anfitriã África do Sul.

De acordo com o formato da competição que as quatro equipas que perderam nos quartos-de-final devem jogar entre si para o apuramento da 5ª,6ª,7ª e 8ª selecção na hierarquia da premiação, pelo que na quinta-feira teremos as meias-finais entre essas equipas, cuja final será no domingo, 909 de Julho de 2017.

Portanto, ainda na terça-feira às 17.00 horas teremos a primeira meia-final entre o Namíbia  e a África do Sul, que vai acontecer no Old Peter Mokaba, para logo a seguir, no mesmo recinto, às 17.00 horas,  baterem-se a Suazilândia e Botswana.

De recordar que a África do Sul foi eliminada pela Madagáscar, a Namíbia pela Zâmbia (4-5) no desempate de grandes penalidades, e a Suazilândia pelo Lesotho, diga-se de passagem um forte candidato a discutir pelo título.

Esta competição entre perdedores dos quartos-de-final foi introduzida em 2013, na edição acolhida pela Zâmbia, tendo sido Moçambique o vencedor, ou seja, a melhor posicionada entre os eliminados.

Realçar que a ideia é dar oportunidade de fazer mais jogos às equipas eliminadas nos quartos-de-final, que doutro modo fariam um jogo e regressariam à proveniência. Uma inovação que foi bem acolhida pelos participantes, até porque o espírito que norteou a criação da Taça COSAFA é mesmo dar rodagem internacional às selecções, preferencialmente compostas por jogadores jovens que buscam experiência e exposição internacional.

Os vencedores dos jogos da terça-feira vão disputar mais um jogo (final), sexta-feira, cujo vencedor receberá um troféu e será a quinta melhor selecção do evento. O vencido será a sexta melhor selecção. Os vencidos encontram-se entre si para o apuramento da 7ª e 8ª selecção do evento.

Para dizer que neste momento apenas quatro equipas concorrem à conquista da Taça Cosafa, nomeadamente Zâmbia, Madagáscar, Lesoto e Zimbabwe, cujas meias-finais terão lugar na quarta-feira, com a Zâmbia a defrontar Madagáscar, às 17.00 horas, no New Peter Mokaba, mas a anteceder esse jogo medirão forças entre si o Lesoto e o Zimbabwe, às  19:30 horas.