Angola conquista COSAFA e apura-se para o CAN

A selecção de futebol de Angola conquistou hoje o seu primeiro título na 7ª edição do Torneio Sub-17 de Futebol da COSAFA, ao vencer a sua similar da África do Sul por 1-0, com o golos solitário de Osvaldo Capemba a passagem do minuto cinco (5). Por sua vez, o campeão garantiu o acesso directo ao Campeonato de Futebol das Nações Africanas (CAN).

O torneio que decorre desde o passado dia 19 de Julho em Port Louis, Maurícias teve o seu epílogo hoje, com a tradicional cerimónia de atribuição de medalhas e troféus aos vencedores e vencidos por parte da organização. Lembrar que participaram nesta prova 12 países membros do Conselho das Associações de Futebol da África Austral (COSAFA) marcaram a sua presença.

Segundo reza o Regulamento da prova, apenas os vencedores dos grupos e o segundo melhor classificado de todos avançaram para as meias-finais. As equipas estavam divididas em três  grupos. A selecção anfitriã que se assume como cabeça de série no Grupo “A”, enfrentou  “poderosas” selecções, como são os casos de Botswana, Namíbia e Seychelle, enquanto que no Grupo “B”, o até então detentor do título, Zâmbia mediu forças diante Moçambique, Lesotho e África do Sul. O Grupo “C” é liderado por Angola, que calhou no mesmo pote com Malawi, Suazilândia e Zimbabwe.

Recordar que a grande novidade é que o vencedor desta competição irá representar a região austral na Taça das Nações Africanas (CAN) que irá realizar-se de 12 a 26 de Maio de 2019 e que o mesmo comportará oito equipas. A importância deste campeonato foi reforçada pela Confederação Africana de Futebol (CAF), que tomou a decisão de alterar o anterior figurino de qualificação.
O Torneio Regional da  COSAFA serve de fase eliminatória para o Campeonato Africano dos Sub-17 de 2019 que será disputado na Tanzania. Este torneio por seu turno serve de qualificação para o Mundial da FIFA da categoria que terá lugar no Peru de 17 de Setembro a 8 de Outubro do próximo ano.

A cerimónia de encerramento contou com a honrosa presença do presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Ahmad Ahmad que se fazia acompanhar com os  presidentes das federações  da África do Sul, Danny Jordaan, Samir Sobha, das Maurícias e o presidente do Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol, José Carlos.

Os mesmos procederam a entrega das respectivas medalhas aos vencedores e vencidos. Coube aos mesmos proceder a entrega dos troféus.

Prins Tjieza  recebeu o prémio de melhor marcador do torneio tendo marcado seis golos (6), enquanto que Zito Luvumbo ficou com o troféu de melhor jogador do torneio. Já o prémio de melhor guarda-redes ficou com o angolano Geovani Carvalho. Coube a selecção da África do Sul levar consigo  troféu de equipa fair-play.

O JOGO

Depois de concretizado o primeiro objectivo na competição, que passava por fazer melhor em relação a última presença, em 2007, na Namíbia, onde não foi além da fase de grupos, os angolanos  deixaram transparecer cedo as suas intenções inaugurando o marcador quando estavam jogados apenas cinco minutos. Osvaldo Capemba, avançado a militar no 1º de Agosto de Angola, foi quem encarregou-se abanar as redes da baliza Bontle Molefe, guarda-redes da equipa da selecção da África do Sul.

Na tentativa de reagir ao golo, a equipa treinada por Molefi Ntseki, técnico da África do Sul, procurava sair em contra-ataque, mas todas incursões eram abortadas. Estruturalmente organizadas, as duas equipas mostraram o melhor de si proporcionando momentos de espectáculo aos espectadores.

Foi com o 1-0, que Angola saiu ao intervalo.

À entrada para a segunda parte os “Palanquinhas” continuavam na mó de cima criando constantemente dores de cabeça a defensiva contrária. Os atacantes Zito Luvumbo e Osvaldo Capemba foram verdadeiros  cavalos de batalha em campo, onde para além de desequilibrarem a defesa  sul-africana arrancavam rasgados elogios por parte dos olheiros e não só.

Com o desenrolar dos acontecimentos ficava claro que a vitória era uma certeza para Angola. Nem o inconformismo de   Boitumelo Radiopane, melhor marcador da equipa, os remates por si projectados não foram suficientes para chegar ao golo do empate. A última situação de perigo criada pelos representantes da nação arco-íris aconteceu a passagem do minuto 88, em que Mohammed Shahabodien desperdiçou a oportunidade de empatar e forçar com a decisão fosse  feita através da lotaria das grandes penalidades. Debalde.

Estava escrito que Angola seria a campeã. Um  titulo efusivamente festejado ao ritmo do semba e do Kuduro.

Visivelmente emocionado e satisfeito com o resultado Pedro Gonçalves, treinador de Angola referiu o seguinte: “Estamos satisfeitos com este título. Entrámos para este torneio sem nenhum jogador internacional, mas jogo a jogo fomos descobrindo que podíamos chegar longe. Este título vai a todos angolanos e todos aqueles que acreditam neste projecto. Aqui está o futuro do futebol angolano”

Por seu turno, Molefi Ntseki, técnico da África do Sul referiu-se nos seguintes termos: “ Em primeiro lugar felicitar a equipa campeã. Foi um jogo difícil e sabíamos que este adversário iria nos criar muitas dificuldades. Infelizmente a minha equipa acusou alguma ansiedade e isso acabou afectando no rendimento da equipa. Continuaremos a trabalhar para melhorar”, disse Ntseki.

OPERCURSO DOS  FINALISTAS

Os  treinados de Pedro Gonçalves, técnico português a serviço da selecção angolana terminaram em pleno a fase de grupos (C), com nove pontos, fruto de três vitórias em igual número de jogos.

Na primeira jornada venceram o Malawi, por 1-0, depois despacharam os representantes da Suazilândia, actual Reino eSwatini quatro bolas sem resposta (4-0). No último embate da fase de grupos os angolanos saíram-se  vitoriosos sobre o Zimbabwe, por 2-1. Nas meias-finais

Por sua vez, a África do Sul empataram sem abertura de contagem na estreia diante do Lesotho, tendo na segunda jornada derrotado Moçambique por 4-1, e finalizaram com vitória sobre a Zâmbia, por 2-1. Já nas meias-finais os Amajimbos saíram-se triunfantes na recepção da equipa anfitriã, Maurícias por duas bolas sem concorrência.

BREVE HISTORIAL DAS EQUIPAS NA COSAFA

A África do Sul tem sido a equipa mais bem sucedida na história do Campeonato Sub-17 do COSAFA, tendo até aqui conquistado duas medalhas, uma de ouro e outra de bronze, isto em 2001 e 2016 respectivamente.

Nesta caminhada pela COSAFA, destaca-se a vitória conseguida a 24 anos, frente a Moçambique por 2-1, tendo lhe valido a conquista do Torneio, antes de levarem a Suazilândia ao primeiro lugar em 2001, quando a competição foi decidida por pontos.

Acrescentar que a África do Sul é um dos dois únicos países representantes da COSAFA, sendo o outro o Malawi, a cometer a proza de se qualificar o Campeonato Mundial da categoria que teve lugar em 2015, no Chile.

O máximo que a equipa conseguiu na sua participação  foi um empate a uma bola (1-1), diante da Correia do Norte. A equipa estreou cm uma derrota diante da Costa Rica por 2-1, e no último jogo perderam para a Rússia por 2-0.

Molefi Ntseki, o obreiro deste percurso notável da África do Sul, foi também o responsável por qualificar a equipa para o Campeonato Africano das Nações que teve lugar na Nigéria, em 2015. Estes terminaram em segundo lugar, enquanto que em 2005 viriam a ficar em quarto.

No que a Angola diz respeito, anotar que num passado recente esta selecção qualificou-se não ano passado para o Campeonato Africano das Nações, que decorreu no Gabão, onde precocemente  foi afastada da corrida rumo ao título à semelhança das suas anteriores participações em 1997 e 1999. Os “Palanquinhas” averbaram a primeira derrota diante da sua congénere da Etiópia por 4-3, ainda assim a equipa deixou boas indicações no torneio.

Após o empate por uma bola diante do Níger, eles perderam para a Tanzânia (1-2) e o Mali (1-6), acabando por ter, uma vez mais a saída precoce.

NAMÍBIA  CONQUISTA BRONZE

Depois da estreia auspiciosa no arranque da jornada inaugural na fase de grupos, ao vencer copiosamente a frágil Seychelles por 8-0, a Namíbia conseguiu conquistar a medalha de bronze mercê da vitória sobre as Maurícias por 2-0 ,Prins Tjieza, meio-campista a evoluir no Flamingoes Football Club, da Namíbia foi quem abriu as portas para a vitória a passagem do minuto sete (7), sendo que o segundo foi apontado por Penouua Kandjill (44’). Já o tento de honra da equipa anfitriã foi marcado por Jeremy Kawoa (38’).

Festa e alegria caracterizaram o ambiente  que se viveu no Stad Francois Xavier,  em Port Louis.

A equipa insular que no ano passado disputou a final frente a Zâmbia, tendo perdido e por via disso ficado com a medalha de prata, desta vez não conseguiu reivindicar o seu espaço, mas deixou transparecer boa impressão no que ao trabalho notável a nível das camadas de formação diz respeito.

Lembrar que Maurícias que perderam nas meias-finais para a África do Sul (2-0), enquanto que Namíbia, sofreu uma pesada derrota frente a selecção de Angola (7-0).